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Esmaga Sapo e a Especulação
Brasil, São Paulo, Abril 2014
Rodrigo Zaim

              Com a especulação imobiliária em alta na grande São Paulo, terrenos abandonados por seus donos e terrenos do próprio governo muitas vezes servem de moradia para muitas pessoas que não possuem condições de comprar uma casa ou de pagar um aluguel. Dessa maneira, muitas comunidades crescem todos os dias em São Paulo e por todo o Brasil. E muitas vezes essas comunidades são alvos das grandes empresas do ramo imobiliário e com incêndios descontrolados que são muito frequentes nessas comunidades.

            Com a comunidade do Esmaga Sapo, localizada na Zona Leste de São Paulo, debaixo do viaduto Aricanduva, que sofreu dois incêndios em 14 meses. No primeiro a comunidade perdeu 30% dos seus barracos, já no que aconteceu no dia 02/04/2014 as chamas consumiram 90% da comunidade, deixando seus moradores sem ter onde comer, sem ter como fazer comida, e sem tomar banho e necessidades fisiológicas.

Mas além de os incêndios serem recorrentes, nada é feito para que haja uma investigação mais profunda para apurar esses casos. Com a favela do Esmaga Sapo um fato curioso é que do lado da comunidade existe um grande terreno de uma das maiores construtoras da cidade. No incêndio no final de 2013, maquinas trabalhavam para que o terreno ficasse plano para começar a construção dos apartamentos. No incêndio do começo deste ano, 6 torres já estavam erguidas e quase todas concluídas exceto uma, que teria a vista de suas sacadas para a comunidade.

            Na tarde do incêndio, moradores disseram que a Policia Militar chegou primeiro que o Corpo de Bombeiros, impedindo-os de tentar salvar alguma coisa de seus barracos, e dias após o incêndio a frequente presença da policia com suas ameaças deixava o clima cada dia mais tenso, com moradores desabrigados dormindo debaixo do viaduto com seus filhos. A constante luta dos moradores e as diversas tentativas frustradas de diálogo com a subprefeitura da Penha os levaram até a prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, onde fizeram um protesto pedindo que o mínimo de atenção fosse dada ao caso que estava virando uma calamidade publica. Porém a única coisa que conseguiram foram uma cesta básica e um colchão para cada morador.

            Este é só mais um caso da grande máfia imobiliária paulista que vem destruindo bairros tradicionais, comunidades já estabelecidas por anos para lucrar cada vez mais com suas torres do poder.

© R.U.A Foto Coletivo 2014

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